Meteorologistas anunciam que o semiári do nordestino vai ter chuvas acima do normal
POSTADO POR BLOG O CIDADAO

Meteorologistas dos centros de previsão climática do Nordeste e de
centros nacionais como o Centro de Pesquisa Tempo e Estudos Climáticos
(CPTEC/INPE) e o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) se reuniram
nos dias 20,21 e 22 de fevereiro, para analisar e discutir as
informações geradas pelos modelos meteorológicos, assim como, as
condições climáticas e qual a influência delas na geração chuvas. Esse
resultado da reunião, é semelhante a conclusão do encontro realizado em
janeiro, pela Funceme, no Ceará.
Mas desta vez segundo o meteorologista da Emparn, Gilmar Bristot, as
condições climáticas estão ainda mais favoráveis para que ocorra chuvas
no semiárido “a temperatura do Oceano Atlântico Sul que está mais quente
e o resfriamento no Atlântico Norte que favorecem a permanência da Zona
de Convergência Intertropical sobre a região Nordeste”. A Zona de
Convergência Intertropical é o principal sistema causador de chuva no
semiárido nordestino
A análise dos campos atmosféricos e oceânicos de grande escala (vento em
superfície e em altitude, pressão ao nível do mar, temperatura da
superfície do mar, entre outros), e dos resultados de modelos numéricos
globais e regionais e
de modelos estatísticos de diversas instituições de meteorologia do
Brasil (FUNCEME, INMET, CPTEC/INPE) e do exterior indicou que há uma
maior probabilidade de chuvas acima do normal, na faixa do Nordeste, que
engloba todo o semiárido potiguar.
No Oceano Pacífico equatorial, observou-se a continuidade do Fenômeno La
Niña com intensidade fraca, mas ocupando uma grande área na superfície
desse oceano. A permanência dessa condição vem ocorrendo de acordo com
os resultados dos modelos de previsão de anomalia de TSM, e projetam que
essa condição permanecerá nos próximos meses.
No Rio Grande do Norte, 92% do seu território é semiárido, engloba as
regiões Central, Oeste e quase toda região Agreste. No semiárido o
período de inverno vai de fevereiro a maio, com exceção da região
agreste onde o período chuvoso se estende até o mês de agosto.
Média anual de chuva por região, do semiárido:
* Central- 630.4 mm (74.9% da chuva ocorre no período de fevereiro a maio)
* Oeste- 778.4 mm (75.6% da chuva ocorre de fevereiro a maio)
* Agreste- 639.1 mm (83% da chuva ocorre no período de fevereiro a agosto)
Lembrando que a variabilidade espacial é intrínseca à distribuição de
chuvas no setor norte do Nordeste do Brasil, devido a fatores diversos
como efeitos topográficos, proximidade em relação ao oceano, cobertura
vegetal, etc. Especialmente em localidades com menores valores de
precipitação climatológica, a variabilidade temporal das chuvas pode
provocar uma maior frequência de veranicos. Os modelos de previsão de
TSM estão indicando uma probabilidade de 50% de permanência do fenômeno
La Niña no período do prognóstico.
Este prognóstico é resultado das discussões entre os representantes da
EMPARN (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte),
FUNCEME (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos), APAC
(Agência Pernambucana de Águas e Clima), SEMARH-SE (Secretaria do Meio
Ambiente e dos Recursos Hídricos de Sergipe), AESA (Agência Executiva de
Águas do Estado da Paraíba), INEMA (Instituto do Meio Ambiente e
Recursos Hídricos da Bahia), Labmet/NUGEO/UEMA (Laboratório de
Meteorologia do Estado do Maranhão), CPTEC/INPE (Centro de Previsão de
Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais), INMET (Instituto Nacional de
Meteorologia), ANA (Agência Nacional de Águas) e UFERSA (Universidade Federal Rural do Semiárido).
Em março de 2018, a reunião Climática será realizada pela APAC, em
Pernambuco, quando será divulgado o prognóstico climático para o
trimestre abril, maio e junho no Litoral Leste da região Nordeste.
Encerrando a II Reunião Climática para o Semiárido do Nordeste, o
pesquisador da Emparn, Josemir Araújo Neves, fez uma palestra sobre a
“Ampliação e Modernização do Monitoramento Hidrometeorológico, Climático
e Agrometeorológico do Rio Grande do Norte”. Esse é um dos mais
importantes investimentos que a Emparn vem executando por meio do
Governo Cidadão, com recursos do Banco Mundial. O projeto vai
informatizar o setor de meteorologia, que a partir da execução desse
projeto vai disponibilizar informações em tempo real, de clima, volume
de chuva, umidade, entre outras informações que vão auxiliar de forma
direta o homem do campo e a população em geral. Esse projeto também
contempla a aquisição de melhores modelos de previsão de tempo e clima o
que vais dar mais precisão e credibilidade ao trabalho realizado pela
meteorologia da Emparn.
Fonte: Robson Pires
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