Declaração de viúva de Marielle é uma atroz arrogância
Quinta, 07 de Março de 2017
O
assassinato de um cidadão é algo abjeto. Independe de sua rubrica na
legislação penal. É execrável se crime político, latrocínio,
feminicídio, de ódio, passional... seja qual for. É o rito sumário de
ceifar uma individualidade.
Também
é execrável quando alguém, seja quem for, sub-roga a um indivíduo a
razão de existência da Democracia. Isso, na verdade, é Monocracia.

Democracia, fique claro, não é o poder de um indivíduo. Muito ao contrário, inclusive.
Democracia é exatamente o império da coletividade sobre o indivíduo.
Com
todo respeito à dor da viúva da vereadora carioca assassinada, mas sua
declaração condicionando a existência do ambiente democrático no Brasil à
solução do crime brutal que vitimou sua companheira é uma atroz
arrogância.
Quantos
assassinatos não são solucionados neste país todos os anos? Por
incrível que pareça, não há um banco de dados centralizado que possa
fornecer esse número. Mas, considerando apenas os assassinatos em que os
inquéritos são abertos compulsoriamente, a estatística oficial revela a
barbárie: apenas 6% são efetivamente elucidados. Isto sim é um
vilipêndio ao Estado Democrático de Direito, vez que atenta contra a
coletividade, contra todo o Povo Brasileiro.
Condicionar a existência da Democracia à uma única pessoa, reitero, é pura arrogância.
Direto
do dicionário: Arrogância - 1. ato ou efeito de arrogar(-se), de
atribuir a si direito, poder ou privilégio; 2. qualidade ou caráter de
quem, por suposta superioridade moral, social, intelectual ou de
comportamento, assume atitude prepotente ou de desprezo com relação aos
outros.
Esse
"orgulho ostensivo", digamos assim, é próprio de ditadores, de gente
autoritária e prepotente o suficiente para achar que o mundo cabe dentro
do umbigo.
#ÉaLama
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