É hora de interpretar o que representa a prisão de Michel Temer
Sexta, 22 de Março de 2019
Passada a euforia da prisão do ex-presidente Michel Temer, vamos interpretar esse acontecimento na "linha do tempo" do país.
O
fato de que haverão manobras, principalmente por parte de Alexandre de
Moraes no STF, que foi ministro e indicado de Temer; e de haver muitos
outros a serem presos, não pode diminuir a importância dessa prisão e eu
explico o motivo.
Não
é só pelo caráter pedagógico da relação "castigo x recompensa" quando
um homem tão rico e poderoso vai preso por ter lesado a pátria, tem
outra questão que está no pano de fundo dessa prisão:
Se
Temer foi preso, quer dizer que aquele "Grande Acordo Nacional com o
Supremo e com tudo" que o Jucá falou na escuta telefônica, não tem mais
força! Ele ruiu!
Se tivesse ainda a mesma força que derrubou Dilma, não conseguiriam prender Temer.
É uma questão óbvia!
E sabem quem interferiu drasticamente nesse plano dos políticos?
Você,
os tios e tias do Whatsapp, a galera do "caixa 2 do Bolsonaro", todos
que foram considerados robôs e hoje compõem a perigosa "milícia
digital".
Quem votou 12, 13, 15, 18 ou 45 nas últimas eleições, votou a favor do "Grande Acordo Nacional"!
Só agora é que eles começam a entender que foram usados para defender bandeiras que eles não carregam. No mínimo, ingênuos.
Se
não fosse a direita brasileira se organizar e eleger um certo capitão,
que trouxe consigo vários militares e fortaleceu a Lava Jato, estaríamos
assistindo a conclusão do acordo, que era: retiravam Dilma, colocavam
Temer, terminavam com a Lava Jato, liberavam Lula dos inquéritos e
"delimitavam onde está", dizia Jucá, se referindo a não terem mais
denúncias contra político algum.
Entenderam agora?
Até
quem é de esquerda deveria agradecer a direita que se organizou e
interferiu na história do país. Quando o acordo foi pensado, eles não
imaginavam que o povo iria fazer o que fez nas últimas eleições, eles
esperavam a boa e velha disputa de PT x PSDB e ficaria tudo em casa.
Quem
é contra tudo aquilo que está sendo expurgado de Brasília, são aqueles
que arriscaram mudar radicalmente a direção do país e votaram 17 (mesmo
desconfiados).
Quem votou em outra coligação votou pelo continuísmo.
Todos os outros faziam parte do "acordo", por isso queriam Lula livre e Bolsonaro morto.
Raquel Brugnera
Pós Graduando em Comunicação Eleitoral, Estratégia e Marketing Político - Universidade Estácio de Sá - RJ.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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