sábado, 18 de abril de 2020
MAIS UMA GUERRA NO MEIO DE UMA PANDEMIA: BOLSONARO X MAIA
POSTADO POR BLOG O CIDADAO
Depois de meu último texto sobre a patente desinformação e guerra de
informações desencontradas que deixam a população brasileira chocada com
tamanho descontrole de suas autoridades e logo após a demissão do ex-
ministro da saúde, o presidente da República resolve partir para o
ataque contra o presidente da câmara dos deputados.
A grande pergunta que se coloca é: no meio de uma pandemia, dá para aceitar como razoável uma situação dessa?
Eu já havia decidido que não escreveria mais nenhum texto sobre temas
ligados à condução política e dos políticos durante essa pandemia e vou
até explicar o motivo.
É que, infelizmente, nosso vírus é ideológico, como deixei claro NESSE
PODCAST. Fui apedrejado tanto por um lado quanto pelo outro após a
publicação de meus textos, o que demonstra que a questão, infelizmente,
partiu para outra esfera. Ou melhor, creio que sempre foi pura
politicagem como deixei claro no meu primeiro texto.
Dessa forma, pretendo em mais uma irresignação deixar de lado a polêmica
questão da demissão de Mandetta, até mesmo porque esta revolveria os
três textos que já escrevi onde deixo minha posição bem explícita e
sedimentada, não tendo como ser diferente, esperando que o novo Ministro
encontre o equilíbrio necessário entre o salvamento de vidas e a
proteção da economia.
Entretanto, o que me assusta é a forma açodada com que o Presidente
Bolsonaro parte para cima do Presidente da Câmara Rodrigo Maia, mais uma
vez, em meio à crise sanitária gerada pela pandemia, tensionando ainda
mais tudo que estamos vivendo no momento, quando é cediço que o Governo
Federal claramente precisa do apoio da Câmara dos Deputados para que os
projetos de enfrentamento à crise, em especial no lado econômico possam
seguir adiante.
Daí, alguns defensores radicais do Presidente podem dizer que isso faz
parte de seu estilo ou de uma tática para acuar o Presidente Maia quanto
à sua jogada de defesa irrestrita dos Governadores, em especial os de
São Paulo e do Rio de Janeiro, contudo, faço o devido contraponto,
dizendo que para mim nada justifica, no meio de uma crise como a atual,
mais um destempero desse, pois o correto seria a temperança.
Ao longo dos últimos anos, tenho ao mesmo tempo continuando firme e
coerente com minhas posições, contudo, buscado sempre o devido
equilíbrio na forma de colocação de tais pontos de vista e sei que não é
fácil, pois sou daqueles considerado de “pavio curto” como se diz, mas a
postura dos cargos ocupados nos impõe a devida liturgia, peculiaridade
que o Presidente nunca percebeu, o que tem trazido problemas de ordem
interna e externa.
No mérito propriamente dito, até vislumbro plausibilidade nas
preocupações do Presidente Bolsonaro, primeiro porque o impacto
econômico do auxílio emergencial aos Estados necessariamente será
absorvido pelo Governo Federal, o que deve ser colocado ao crivo do
Ministério da Economia e seu Ministro Paulo Guedes, o qual realmente
deve ter o necessário protagonismo na questão.
Segundo, porque tem que se aferir em concreto o efetivo prejuízo a nível
de perda do FPE e FPM em cada Estado e Município, logo, o tratamento
sem tais particularidades, supostamente favorecendo alguns Estados e
Municípios em meio à uma pandemia, é realmente preocupante.
Agora, mesmo com tais aspectos, se utilizar de uma rede de TV para de
forma escancarada partir para agressões contra o chefe de outro Poder,
não é de fácil aceitação e, sinceramente, eu mesmo tenho severas
dificuldades em aceitar.
Enfim, que o episódio de ontem, não coloque mais lenha na fogueira e o
clima não fique mais acirrado ainda, ao ponto do povo brasileiro “pagar o
pato”, em especial os mais pobres, pois todos os auxílios que o Governo
Federal tem feito são providenciais e precisam chegar à sociedade o
mais rápido possível, logo que tudo fique nesse triste incidente tão
somente e os Poderes se entendam com as coisas se normalizando o mais
rápido possível, pois vou repetir sempre, não precisamos sofrer nada
além da pandemia!
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